Pedro Cardoso Livraria
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Poder e Oposição em Cabo Verde
37,80€34,02€Depois de 15 anos de partido único, com o seu cortejo conhecido de ausência de liberdade, controlo total do partido sobre o Estado e a sociedade e atraso económico e social, pusemos de pé a matriz de uma nova era de liberdade, pluralismo, desenvolvimento e abertura ao mundo. Matriz que se mantém, na sua essência, até hoje. A configuração de base que o país tem actualmente resulta da década de 90 e não dos 15
anos de partido único. E é essaLer maisDepois de 15 anos de partido único, com o seu cortejo conhecido de ausência de liberdade, controlo total do partido sobre o Estado e a sociedade e atraso económico e social, pusemos de pé a matriz de uma nova era de liberdade, pluralismo, desenvolvimento e abertura ao mundo. Matriz que se mantém, na sua essência, até hoje. A configuração de base que o país tem actualmente resulta da década de 90 e não dos 15
anos de partido único. E é essa matriz que, na realidade, fundamenta o prestígio e a credibilidade do país no concerto das nações. Basta atentar nos critérios de elegibilidade para o MCA, todos instituídos na década de 90. Basta atentar nos processos que conduziram à parceria especial com a União Europeia e à entrada de Cabo Verde na OMC ena evolução positiva do IDH de Cabo Verde rumo à qualificação do país como País de Rendimento Médio, todos iniciados determinadamente na década de 90. Por isso, Cabo Verde e os cabo-verdianos têm motivos suficientes para se orgulharem da sua década de 90.Temos muito orgulho na década de 90. Que, além de ter desmantelado a policia política, os tribunais e as milícias populares e todo o sistema de partido único, deu voz e liberdade aos cabo-verdianos, para falarem, para se manifestarem, para se associarem, para produzirem cultura e para circularem no país e para o estrangeiro, livremente. Que fez da tortura um crime e colocou a dignidade e a autonomia das pessoas no topo dos valores da sociedade cabo-verdiana. Que, por outro lado, instituiu e instalou um Estado de direito democrático com um Poder Local forte, instaurou a liberdade económica e criou as condições para o surgimento de um sector privado nacional e para o Investimento Directo Externo. Que instituiu e concedeu a pensão social não contributiva, não só para os residentes vulneráveis como para os carenciados da nossa diáspora em países como São Tomé e Príncipe. Que ajudou milhares de pessoas a construírem ou reabilitarem as suas moradias. Que duplicou, passando de 30 para 60%, a taxa de acesso a água potável, aumentou de 35 para 60% o acesso a electricidade e quase triplicou a taxa de acesso a esgotos, passando de 10 a 38%. Que mais do que duplicou o peso das despesas sociais no orçamento do Estado, passando-as de 15 para 31%. E que é, ainda hoje, a década de maior crescimento sustentado da economia cabo-verdiana (de 0,7% para mais de 8% em média), de maior redução do desemprego (8 pontos percentuais), de acentuada redução da pobreza (de 49 para 37%) e de melhoria efectiva do nível médio de vida dos cabo-verdianos. Tratou-se de uma verdadeira revolução, simultaneamente política, económica e social, na paz e na estabilidade, o que não constituiu regra no mundo.Ler menos
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Peneiras de poalha
13,80€12,42€“Peneiras de Poalha”, o livro que marca a estreia de Humberto Santos na literatura, encerra 10 contos, em que o autor lança um olhar jornalístico sobre várias questões candentes da sociedade cabo-verdiana.
Socorrendo-se de recursos literários e da intertextualidade com autores nacionais e estrangeiros, o autor invoca o leitor para uma reanálise de questões políticas, judiciais e sociais abordadas de forma abrangente e prazerosa, suscetíveis deLer mais“Peneiras de Poalha”, o livro que marca a estreia de Humberto Santos na literatura, encerra 10 contos, em que o autor lança um olhar jornalístico sobre várias questões candentes da sociedade cabo-verdiana.
Socorrendo-se de recursos literários e da intertextualidade com autores nacionais e estrangeiros, o autor invoca o leitor para uma reanálise de questões políticas, judiciais e sociais abordadas de forma abrangente e prazerosa, suscetíveis de interessar a leitores de diferentes latitudes.
O título “Peneiras de Poalha”, aludindo às três peneiras de Sócrates, remete-nos para a dificuldade acrescida hoje em avaliarmos a verdade dos factos, na panóplia de informações que circulam nos media, preferencialmente as digitais, sem a devida “peneiração”. No conto que empresta título à obra, o autor aborda a questão da “pós-verdade” nas nossas sociedades digitais em que agentes públicos, principalmente políticos, usam as redes sociais e técnicas que exploram as emoções, as crenças, os medos e as fragilidades sociais dos cidadãos, para os tentar convencer com as suas meias-verdades e informações falsas. No conto, uma jornalista profissional, utilizando métodos muito questionáveis do ponto de vista ético, faz tudo para travar um político sem escrúpulos.Ler menos -
A Matriarca (E-book)
12,90€11,61€Agora em 2ª edição
A Matriarca é um romance polifónico que narra a vivência de homens e, sobretudo, de mulheres, numa releitura da origem dos povos, da história de África e, em especial de Cabo Verde, resgatando a mestiçagem ancestral e contemporânea dos cabo-verdianos, a partir de representações sobre a vida social e das práticas culturais.
O enredo baseia-se em duas estórias de amor que se entrecruzam: Ester a protagonista e Peter jovem suecoLer maisAgora em 2ª edição
A Matriarca é um romance polifónico que narra a vivência de homens e, sobretudo, de mulheres, numa releitura da origem dos povos, da história de África e, em especial de Cabo Verde, resgatando a mestiçagem ancestral e contemporânea dos cabo-verdianos, a partir de representações sobre a vida social e das práticas culturais.
O enredo baseia-se em duas estórias de amor que se entrecruzam: Ester a protagonista e Peter jovem sueco filho de pai cabo-verdiano que vem a Cabo Verde à procura da sua família paterna e Ingrid uma sueca que teve um filho de um cabo-verdiano e com ele se reencontra em Santa Maria, ilha do Sal, trinta anos depois.Ler menos -
A Matriarca
16,20€14,58€Agora em 2ª edição
A Matriarca é um romance polifónico que narra a vivência de homens e, sobretudo, de mulheres, numa releitura da origem dos povos, da história de África e, em especial de Cabo Verde, resgatando a mestiçagem ancestral e contemporânea dos cabo-verdianos, a partir de representações sobre a vida social e das práticas culturais.
O enredo baseia-se em duas estórias de amor que se entrecruzam: Ester a protagonista e Peter jovem suecoLer maisAgora em 2ª edição
A Matriarca é um romance polifónico que narra a vivência de homens e, sobretudo, de mulheres, numa releitura da origem dos povos, da história de África e, em especial de Cabo Verde, resgatando a mestiçagem ancestral e contemporânea dos cabo-verdianos, a partir de representações sobre a vida social e das práticas culturais.
O enredo baseia-se em duas estórias de amor que se entrecruzam: Ester a protagonista e Peter jovem sueco filho de pai cabo-verdiano que vem a Cabo Verde à procura da sua família paterna e Ingrid uma sueca que teve um filho de um cabo-verdiano e com ele se reencontra em Santa Maria, ilha do Sal, trinta anos depois.Ler menos -
Ao sabor dos ventos
16,60€14,94€No ano do centenário da cidade de São Filipe, eis um pequeno contributo para o comemorar deixando algo que, embora muito simples, será um marco, uma presença, para além dos tempos – «Ao Sabor dos Ventos».
Neste livro encontra o leitor um pouco de tudo, sobretudo sobre a ilha do Fogo, mas também algumas reflexões que fazem parte integrante de quem o escreveu e, finalmente, um cheirinho a Coimbra, que está muito ligada ao Fogo, na pessoa da autora,Ler maisNo ano do centenário da cidade de São Filipe, eis um pequeno contributo para o comemorar deixando algo que, embora muito simples, será um marco, uma presença, para além dos tempos – «Ao Sabor dos Ventos».
Neste livro encontra o leitor um pouco de tudo, sobretudo sobre a ilha do Fogo, mas também algumas reflexões que fazem parte integrante de quem o escreveu e, finalmente, um cheirinho a Coimbra, que está muito ligada ao Fogo, na pessoa da autora, e também de alguns dos seus amigos que gostariam que toda a praxe desse tempo ficasse registada no livro.
De facto, o leitor terá ocasião de – ao ler os temas aqui insertos em capítulos – (re)conhecer o Fogo e a sua gente através de: o quotidiano das famílias que habitaram outrora os sobrados, as casas da cidade e do campo, arrabaldes de São Filipe; as classes sociais; os Santos populares e as festas das bandeiras; as capelas como grandes propriedades rurais; o património religioso construído, – público e privado – as igrejas, as capelas e os cemitérios.Ler menos -
Mestiçagem & Cabo-Verdianidade
23,80€21,42€«O livro do Professor João Lopes Filho é uma investigação de grande valia para a formação das novas gerações de cabo-verdianos que precisam de saber quem são, de onde provieram e para onde querem ir. Aqueles a quem cabe a responsabilidade de elaborar os curricula das escolas de todos os níveis encontrarão em Mestiçagem & Cabo-verdianidade um material de trabalho que inquestionavelmente poderá enriquecer os programas de ensino nos nossosLer mais
«O livro do Professor João Lopes Filho é uma investigação de grande valia para a formação das novas gerações de cabo-verdianos que precisam de saber quem são, de onde provieram e para onde querem ir. Aqueles a quem cabe a responsabilidade de elaborar os curricula das escolas de todos os níveis encontrarão em Mestiçagem & Cabo-verdianidade um material de trabalho que inquestionavelmente poderá enriquecer os programas de ensino nos nossos liceus e nas universidades. Naturalmente que o interesse deste livro não se pode resumir a um público académico. Pelo contrário, a obra ora dada à estampa, escrita numa linguagem acessível e clara, pode ser lida com muito proveito por jornalistas, decisores políticos, trabalhadores da área social, responsáveis e ativistas das comunidades religiosas, pais e encarregados de educação e, em geral, pelo cidadão comum e todos aqueles que se interessam por Cabo Verde e pela Crioulidade.»
Aristides R. Lima
«Esta obra representa uma grande contribuição no conhecimento e debate sobre a cabo-verdianidade! São bases fundamentais para uma avaliação e formação de uma opinião racional e nacional em matéria essencial da nossa vivência como povo e de reencontro com a nossa História. O debate tem de continuar, tal como fez o autor, em bases serenas, sólidas e sábias, a bem da Nação Cabo-verdiana!»
José Luís LivramentoLer menos
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A Implantação da República em Cabo Verde
27,50€24,75€«À dimensão local e com as particularidades da sua organização económica e social, as parcelas ultramarinas portuguesas viveram intensamente a transição da Monarquia para a República e os primeiros anos do novo regime. À semelhança da Metrópole, também no arquipélago de Cabo Verde ocorreram greves, protestos e enfrentamentos físicos; também se produziram discursos inflamados – que nem requeriam tribunas institucionais para serem proferidosLer mais
«À dimensão local e com as particularidades da sua organização económica e social, as parcelas ultramarinas portuguesas viveram intensamente a transição da Monarquia para a República e os primeiros anos do novo regime. À semelhança da Metrópole, também no arquipélago de Cabo Verde ocorreram greves, protestos e enfrentamentos físicos; também se produziram discursos inflamados – que nem requeriam tribunas institucionais para serem proferidos – e, naturalmente, os encarniçados duelos de imprensa. Só não se registaram os atentados à bomba e os assassinatos, extremos de violência política a que o Portugal europeu não se subtraiu até à institucionalização do Estado Novo. As polémicas partidárias metropolitanas haveriam de repercutir-se no arquipélago, e com idêntico fervor.»
«Mais do que passivas receptoras do novo regime, as elites das ilhas foram activas construtoras dessa recepção. Foram-no pela sua intervenção directa junto dos governadores, pelas campanhas que desenvolveram na imprensa local, de cujos órgãos eram proprietárias e de que se serviam para condicionar a acção governativa, e ainda no próprio centro metropolitano do poder, uma vez que, no seu afã intermediador, rendibilizaram os laços familiares que as uniam a alguns dos novos inquilinos do poder. Se houve épocas em que as ligações familiares entre os oligarcas locais e as autoridades do “centro” político foram particularmente exploradas, esta foi uma delas. A ilha do Fogo emergiu como catalisadora desta imbricada teia de intermediação. Alguns dos novos deputados, directores-gerais e ministros tinham partilhado refeições e brincadeiras de infância na então vila de São Filipe, em casa dos avós comuns.»
Da «Apresentação»Ler menos
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As Portas do Tempo
22,90€20,61€Ao descobrir que a sua missão era libertar o povo da ilha, sua paixão, e levar a menina dos olhos-de-água a conhecer o perdão, Toy não hesita e vai ao fundo do seu peito procurar o amor necessário para acordar o Monte Cara, única entidade capaz de o ajudar. Então, lança-se numa aventura que vai terminar por obrigar o presidente dos EUA a um encontro, com ele, na famosa praia da Laginha onde lhe ordena receber os generais da capital na casa branca eLer mais
Ao descobrir que a sua missão era libertar o povo da ilha, sua paixão, e levar a menina dos olhos-de-água a conhecer o perdão, Toy não hesita e vai ao fundo do seu peito procurar o amor necessário para acordar o Monte Cara, única entidade capaz de o ajudar. Então, lança-se numa aventura que vai terminar por obrigar o presidente dos EUA a um encontro, com ele, na famosa praia da Laginha onde lhe ordena receber os generais da capital na casa branca e convence-los a aceitar a autonomia da ilha.
Mas será que a menina dos olhos de água irá experimentar o prazer de perdoar?Ler menos -
Uma Pedra Contra o Firmamento
29,80€26,82€José Luiz Tavares exilou-se no velho Oeste, metaforicamente falando, e ali afinou a pontaria. Por este lance de humor, estou certo que Zé Luiz me perdoará. Sentido de humor ele tem-no de sobra. Só não brinca enquanto escreve. Pousando a caneta, ele é bem capaz de homéricas gargalhadas. Um homem assim é duplamente imortal.
Arménio Vieira
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Direito Municipal Cabo-Verdiano
24,90€22,41€A publicação do presente livro é o culminar de anos de investigação, estudo e docência sobre o sistema de princípios e regras que regula o município cabo-verdiano, uma instituição do século XV, que faz parte da nossa identidade cultural. Em 2021, voltei a esta matéria, com redobrado entusiasmo, na formação que ministrei aos eleitos dos 22 municípios do país, e convenci-me de que era hora de colocar à disposição do público o resultado doLer mais
A publicação do presente livro é o culminar de anos de investigação, estudo e docência sobre o sistema de princípios e regras que regula o município cabo-verdiano, uma instituição do século XV, que faz parte da nossa identidade cultural. Em 2021, voltei a esta matéria, com redobrado entusiasmo, na formação que ministrei aos eleitos dos 22 municípios do país, e convenci-me de que era hora de colocar à disposição do público o resultado do trabalho efectuado, com a consciência da imperfeição da obra humana.
Esta obra ressalta os traços identitários dos municípios, lança um olhar sobre a França, Espanha e Itália, regista a evolução histórica da independência à actualidade, e aponta os princípios e regras constitucionais aplicáveis aos municípios. Não fica por aqui: disserta sobre as normas eleitorais, analisa o governo municipal e o estatuto dos eleitos municipais, sem esquecer as complexas relações entre o Estado e os Municípios.Ler menos -
Exceção de Não Cumprimento e Direito de Retenção no Contrato de Empreitada
25,00€22,50€A exceção de não cumprimento e o direito de retenção constituem causas legítimas de recusa de cumprimento de uma prestação devida, quando o credor da respetiva prestação não cumpre, por sua vez, a obrigação a que está adstrito, tutelando, por isso, o devedor que seja credor do seu credor. Por exemplo, o empreiteiro realiza uma obra, nos termos de contrato celebra do com uma empresa. Concluída a obra, a empresa recusa-se a pagar o preço comLer mais
A exceção de não cumprimento e o direito de retenção constituem causas legítimas de recusa de cumprimento de uma prestação devida, quando o credor da respetiva prestação não cumpre, por sua vez, a obrigação a que está adstrito, tutelando, por isso, o devedor que seja credor do seu credor. Por exemplo, o empreiteiro realiza uma obra, nos termos de contrato celebra do com uma empresa. Concluída a obra, a empresa recusa-se a pagar o preço com binado, alegando defeitos de construção, mas exige a entrega da mesma. Pode o empreiteiro recusar a entrega da obra, na data estipulada, sem incorrer em mora e ter de responder por eventuais danos decorrentes do facto? Para tal, pode invocar a exceção de não cumprimento ou o direito de retenção? Ou pode invocar qualquer dos dois institutos, conforme lhe aprouver?
Imaginemos, por outro lado, que o empreiteiro se vinculou a entregar a obra por fases, devendo o dono pagar o preço em parcelas correspondentes a cada uma das fases. Não tendo o empreiteiro conseguido entregar a parte relativa a uma das fases, pode o dono da obra recusar-se a pagar o preço equivalente a essa fase? Para tal, pode invocar a exceção de não cumprimento do contrato, ou pode, também, invocar um direito (obrigacional) de retenção, como defendem certos autores?
A tese de doutoramento que ora se publica procura responder a questões deste tipo, tendo presente que a doutrina e a jurisprudência nem sempre distinguem claramente a exceção de não cumprimento e o direito de retenção, pelo que se revela de interesse analisar a sua aplicação no âmbito da empreitada, contrato sinalagmático do qual resultam, para as partes, as obrigações principais de realizar a obra e de pagar o preço.Ler menos
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A Democracia Nacional Revolucionária
21,00€18,90€O meu propósito ao escrever estas linhas é muito limitado e está focalizado na demonstração de que o regime de partido único instituído pelo PAIGC/CV em Cabo Verde nos anos 1975-1990, foi um regime totalitário, em que um grupo de pessoas se arrogou o direito ao monopólio da actividade política no país, excluindo todos os outros, e que desta opção política fundamental resultou um regime de «liberdade mortificada», em que a ideologia doLer mais
O meu propósito ao escrever estas linhas é muito limitado e está focalizado na demonstração de que o regime de partido único instituído pelo PAIGC/CV em Cabo Verde nos anos 1975-1990, foi um regime totalitário, em que um grupo de pessoas se arrogou o direito ao monopólio da actividade política no país, excluindo todos os outros, e que desta opção política fundamental resultou um regime de «liberdade mortificada», em que a ideologia do PAIGC/CV foi metamorfoseada em verdade absoluta e elevada à categoria de ideologia oficial do Estado, imposta à sociedade cabo-verdiana através de uma comunicação social estatizada e transformada na voz do dono, pela via do sistema educativo e de outros meios mais subtis.
Um regime em que não havia liberdade de expressão, nem liberdade de manifestação, nem tão pouco direito à greve; um regime que estatizou a economia e relegou o sector privado para uma margem estreita da actividade económica, não por qualquer necessidade real mas por opção ideológica; um regime que usou a tortura em momentos críticos reveladores da sua natureza repressiva, e que identificava conspiração em qualquer manifestação de dissensão ou contestação; um regime de impunidade e de poder discricionário, em que as instituições pretensamente representativas mais não eram do que simples encenações para mascarar a sua natureza ditatorial.
Em suma, foi um regime em que todo o poder estava concentrado nas mãos dos principais dirigentes do partido único, que procurou, nalguns casos com grande sucesso, noutros com menos, penetrar e dominar todas as esferas da vida social, ou seja, um regime totalitário, à medida do país.O traço mais saliente do regime da «Democracia» Nacional Revolucionária, é a autoproclamação e o exercício do poder pelo PAIGC/CV, como força dirigente da sociedade e do Estado. Praticamente toda a sua acção nas esferas política, social, económica e cultural, decorre deste pressuposto básico, central, definidor da visão política do PAIGC/CV. A partir do momento em que um partido se autoproclama «Força Dirigente da sociedade e do Estado» (note-se: da sociedade e do Estado!) não pode partilhar o poder, não aceita ser questionado, não permite a palavra aos que dele discordam, não admite que os que se lhe opõem se organizem em partidos ou em qualquer organização de natureza política, usa todos os meios coercivos para impedir a expressão da dissidência e a contestação, controla ou tenta controlar todas as facetas da vida social.Ler menos
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Prática de Rasta Nguka em Santiago Rural
15,80€14,22€Um rapaz falinha, isto é, possuidor de uma voz demasiado fina, aguda, pouco intensa e com o fraco poder de convencimento das meninas ou duvidosa capacidade de persuasão aos adversários levantava algumas suspeitas relativamente à autoridade da sua masculinidade. Também não seria lá muito estimado pelos colegas e nem tão-pouco bem visto pelas raparigas da redondeza. Por isso, os rapazes procuravam recorrer a todas as terapias tradicionais recomendadasLer mais
Um rapaz falinha, isto é, possuidor de uma voz demasiado fina, aguda, pouco intensa e com o fraco poder de convencimento das meninas ou duvidosa capacidade de persuasão aos adversários levantava algumas suspeitas relativamente à autoridade da sua masculinidade. Também não seria lá muito estimado pelos colegas e nem tão-pouco bem visto pelas raparigas da redondeza. Por isso, os rapazes procuravam recorrer a todas as terapias tradicionais recomendadas e todas as sugestões, sorrateiramente propostas pelos colegas mais experientes, para tentar suprir essa eventual lacuna que os impossibilitava de se sentirem à vontade em presença das raparigas cobiçadas. Daí, no despontar da convulsiva fase da puberdade, certos rapazes, com a ânsia de atingir a maturidade o mais depressa possível, a fim de poderem beneficiar do estatuto de adulto, para poderem granjear a estima das moças e o respeito público, buscavam envolver-se sexualmente com as burras, não só com o intuito deliberado de suprir a gritante penúria de mulheres que se fazia sentir, mas também para poderem adensar a fala e engrossar o falo.
A sua missão-mor limitava-se a preservar a sua imagem e proteger a sua pureza, custasse o que custasse, contra os eventuais fulanos brejeiros, mal-intencionados, persistentes, sagazes e, de certa forma, pertinazes que faziam de tudo o que fosse possível para saber se uma rapariga era “macho ou fêmea.”Ler menos
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Txon Vendido
12,00€10,80€«Txon Vendido» retoma a epopeia trágica das ilhas iniciada com «Solitário», que narra o êxodo da população, em fuga à sepultura das areias do deserto.
Em jeito de thriller político, o autor desvenda os contornos de uma intrincada corrupção que envolve líderes políticos do país das ilhas e da União Europeia. Com a bênção dos EUA, querem transformar o cemitério de areias num depósito nuclear internacional. Mas, a bela Kyoko faz desmoronarLer mais«Txon Vendido» retoma a epopeia trágica das ilhas iniciada com «Solitário», que narra o êxodo da população, em fuga à sepultura das areias do deserto.
Em jeito de thriller político, o autor desvenda os contornos de uma intrincada corrupção que envolve líderes políticos do país das ilhas e da União Europeia. Com a bênção dos EUA, querem transformar o cemitério de areias num depósito nuclear internacional. Mas, a bela Kyoko faz desmoronar a trama.
Demasiado confiantes, os políticos não previram que alguns se deixassem ficar nas ilhas, se organizassem em guerrilha, e dominassem o exército que os procura dizimar.
Um acaso do destino, e um capricho da natureza, acabam por transformar as ilhas naquilo que levaram longínquos navegadores, nelas arribados, a baptizá-las de verdes.Ler menos -
A Cor do Papel Verde
14,00€12,60€“O meu tempo expirou. Ninguém me vai prender e não vou ser entregue aos americanos. O teu tio é um homem digno, guiado pela generosidade. Os americanos são indignos e incuravelmente egoístas. Não me vão transformar num gangster. Gangsters são eles. Que usam o Estado para oprimir, para espoliar, para fazer sofrer. São gangsters organizados, protegidos pelo Estado. São gangsters que têm por detrás uma máquina de guerra de poder demoníaco. SãoLer mais
“O meu tempo expirou. Ninguém me vai prender e não vou ser entregue aos americanos. O teu tio é um homem digno, guiado pela generosidade. Os americanos são indignos e incuravelmente egoístas. Não me vão transformar num gangster. Gangsters são eles. Que usam o Estado para oprimir, para espoliar, para fazer sofrer. São gangsters organizados, protegidos pelo Estado. São gangsters que têm por detrás uma máquina de guerra de poder demoníaco. São gangsters que criaram leis próprias e leis internacionais, com um único propósito: pilhar o mundo. Aquela águia na bandeira deles é uma ave de rapina. Uma ave de mortíferas garras. O teu tio não é um gangster nem um traficante. Eu sou o último tangomau, meu sobrinho. O último tangomau! Nem gangster, nem traficante!”Ler menos
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Famílias, Migrações e Sexualidade em Cabo Verde
26,00€23,40€Porque é que uma família tão flutuante, para não dizer passageira, ou mesmo ilusória, como a família cabo-verdiana poderia ser considerada como sendo particularmente bem adaptada às condições deste início de século? Muito antes do aparecimento da Internet, desde quase cento e cinquenta anos, confrontada com a migração, esta sociedade insular soube domesticara distância que separa de forma duradoura os membros de uma família. Animados por umaLer mais
Porque é que uma família tão flutuante, para não dizer passageira, ou mesmo ilusória, como a família cabo-verdiana poderia ser considerada como sendo particularmente bem adaptada às condições deste início de século? Muito antes do aparecimento da Internet, desde quase cento e cinquenta anos, confrontada com a migração, esta sociedade insular soube domesticara distância que separa de forma duradoura os membros de uma família. Animados por uma energia contagiosa, eles inventam pouco a pouco a «família a distância». Que família estranha, na qual o casamento parece ter desaparecido, onde as mulheres criam os seus filhos sozinhas, onde os casais vivem muito tempo separados e onde as crianças são confiadas a cuidadoras! Contudo, uma questão importante liga os membros dessas famílias: a transmissão do «capital migratório», considerado como um bem precioso. Salvo raras exceções, como durante as férias, os casamentos e os funerais, os membros dispersos da «família a distância» reencontram-se. Vividos com muita intensidade, esses momentos efémeros suscitam as interações. A família corporiza-se de novo: ela reajusta-se e transmite histórias. As selfies encarregam-se depois de prolongar a memória. Treze anos, e vinte e sete viagens a Cabo Verde e à região de Boston, nos Estados Unidos, onde vivem duzentos e sessenta mil Americanos cabo-verdianos, foram necessários para reconstituir a história dessas «famílias a distância» ao longo de várias gerações. Amor e pragmatismo é o resultado de uma experiência humana adquirida de uma vida partilhada com essas famílias. Através de relatos pormenorizados, com sustentação e por vezes emocionantes, o autor convida o leitor a compreender os fundamentos da sociedade cabo-verdiana e mais além, leva-o a conhecer formas contemporâneas de viver a família. Em filigrana, e dialogando com o antropólogo do parentesco, a obra interroga-se de novo sobre o enigma que é a família matrifocal. A sociedade cabo-verdiana é deste modo descrita como o resultado de uma história que instituiu uma sociedade de «alianças confinadas e de visitas».Ler menos