Pedro Cardoso Livraria
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Gilda BarbosaAo sabor dos ventos
16,60€14,94€No ano do centenário da cidade de São Filipe, eis um pequeno contributo para o comemorar deixando algo que, embora muito simples, será um marco, uma presença, para além dos tempos – «Ao Sabor dos Ventos».
Neste livro encontra o leitor um pouco de tudo, sobretudo sobre a ilha do Fogo, mas também algumas reflexões que fazem parte integrante de quem o escreveu e, finalmente, um cheirinho a Coimbra, que está muito ligada ao Fogo, na pessoa da autora,Ler maisNo ano do centenário da cidade de São Filipe, eis um pequeno contributo para o comemorar deixando algo que, embora muito simples, será um marco, uma presença, para além dos tempos – «Ao Sabor dos Ventos».
Neste livro encontra o leitor um pouco de tudo, sobretudo sobre a ilha do Fogo, mas também algumas reflexões que fazem parte integrante de quem o escreveu e, finalmente, um cheirinho a Coimbra, que está muito ligada ao Fogo, na pessoa da autora, e também de alguns dos seus amigos que gostariam que toda a praxe desse tempo ficasse registada no livro.
De facto, o leitor terá ocasião de – ao ler os temas aqui insertos em capítulos – (re)conhecer o Fogo e a sua gente através de: o quotidiano das famílias que habitaram outrora os sobrados, as casas da cidade e do campo, arrabaldes de São Filipe; as classes sociais; os Santos populares e as festas das bandeiras; as capelas como grandes propriedades rurais; o património religioso construído, – público e privado – as igrejas, as capelas e os cemitérios.Ler menos -
João Lopes FilhoMestiçagem & Cabo-Verdianidade
23,80€21,42€«O livro do Professor João Lopes Filho é uma investigação de grande valia para a formação das novas gerações de cabo-verdianos que precisam de saber quem são, de onde provieram e para onde querem ir. Aqueles a quem cabe a responsabilidade de elaborar os curricula das escolas de todos os níveis encontrarão em Mestiçagem & Cabo-verdianidade um material de trabalho que inquestionavelmente poderá enriquecer os programas de ensino nos nossosLer mais
«O livro do Professor João Lopes Filho é uma investigação de grande valia para a formação das novas gerações de cabo-verdianos que precisam de saber quem são, de onde provieram e para onde querem ir. Aqueles a quem cabe a responsabilidade de elaborar os curricula das escolas de todos os níveis encontrarão em Mestiçagem & Cabo-verdianidade um material de trabalho que inquestionavelmente poderá enriquecer os programas de ensino nos nossos liceus e nas universidades. Naturalmente que o interesse deste livro não se pode resumir a um público académico. Pelo contrário, a obra ora dada à estampa, escrita numa linguagem acessível e clara, pode ser lida com muito proveito por jornalistas, decisores políticos, trabalhadores da área social, responsáveis e ativistas das comunidades religiosas, pais e encarregados de educação e, em geral, pelo cidadão comum e todos aqueles que se interessam por Cabo Verde e pela Crioulidade.»
Aristides R. Lima
«Esta obra representa uma grande contribuição no conhecimento e debate sobre a cabo-verdianidade! São bases fundamentais para uma avaliação e formação de uma opinião racional e nacional em matéria essencial da nossa vivência como povo e de reencontro com a nossa História. O debate tem de continuar, tal como fez o autor, em bases serenas, sólidas e sábias, a bem da Nação Cabo-verdiana!»
José Luís LivramentoLer menos
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Maria de Lurdes CaldasA Implantação da República em Cabo Verde
27,50€24,75€«À dimensão local e com as particularidades da sua organização económica e social, as parcelas ultramarinas portuguesas viveram intensamente a transição da Monarquia para a República e os primeiros anos do novo regime. À semelhança da Metrópole, também no arquipélago de Cabo Verde ocorreram greves, protestos e enfrentamentos físicos; também se produziram discursos inflamados – que nem requeriam tribunas institucionais para serem proferidosLer mais
«À dimensão local e com as particularidades da sua organização económica e social, as parcelas ultramarinas portuguesas viveram intensamente a transição da Monarquia para a República e os primeiros anos do novo regime. À semelhança da Metrópole, também no arquipélago de Cabo Verde ocorreram greves, protestos e enfrentamentos físicos; também se produziram discursos inflamados – que nem requeriam tribunas institucionais para serem proferidos – e, naturalmente, os encarniçados duelos de imprensa. Só não se registaram os atentados à bomba e os assassinatos, extremos de violência política a que o Portugal europeu não se subtraiu até à institucionalização do Estado Novo. As polémicas partidárias metropolitanas haveriam de repercutir-se no arquipélago, e com idêntico fervor.»
«Mais do que passivas receptoras do novo regime, as elites das ilhas foram activas construtoras dessa recepção. Foram-no pela sua intervenção directa junto dos governadores, pelas campanhas que desenvolveram na imprensa local, de cujos órgãos eram proprietárias e de que se serviam para condicionar a acção governativa, e ainda no próprio centro metropolitano do poder, uma vez que, no seu afã intermediador, rendibilizaram os laços familiares que as uniam a alguns dos novos inquilinos do poder. Se houve épocas em que as ligações familiares entre os oligarcas locais e as autoridades do “centro” político foram particularmente exploradas, esta foi uma delas. A ilha do Fogo emergiu como catalisadora desta imbricada teia de intermediação. Alguns dos novos deputados, directores-gerais e ministros tinham partilhado refeições e brincadeiras de infância na então vila de São Filipe, em casa dos avós comuns.»
Da «Apresentação»Ler menos
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Carlos AraújoAs Portas do Tempo
22,90€20,61€Ao descobrir que a sua missão era libertar o povo da ilha, sua paixão, e levar a menina dos olhos-de-água a conhecer o perdão, Toy não hesita e vai ao fundo do seu peito procurar o amor necessário para acordar o Monte Cara, única entidade capaz de o ajudar. Então, lança-se numa aventura que vai terminar por obrigar o presidente dos EUA a um encontro, com ele, na famosa praia da Laginha onde lhe ordena receber os generais da capital na casa branca eLer mais
Ao descobrir que a sua missão era libertar o povo da ilha, sua paixão, e levar a menina dos olhos-de-água a conhecer o perdão, Toy não hesita e vai ao fundo do seu peito procurar o amor necessário para acordar o Monte Cara, única entidade capaz de o ajudar. Então, lança-se numa aventura que vai terminar por obrigar o presidente dos EUA a um encontro, com ele, na famosa praia da Laginha onde lhe ordena receber os generais da capital na casa branca e convence-los a aceitar a autonomia da ilha.
Mas será que a menina dos olhos de água irá experimentar o prazer de perdoar?Ler menos -
José Luiz TavaresUma Pedra Contra o Firmamento
29,80€26,82€José Luiz Tavares exilou-se no velho Oeste, metaforicamente falando, e ali afinou a pontaria. Por este lance de humor, estou certo que Zé Luiz me perdoará. Sentido de humor ele tem-no de sobra. Só não brinca enquanto escreve. Pousando a caneta, ele é bem capaz de homéricas gargalhadas. Um homem assim é duplamente imortal.
Arménio Vieira
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Mário Ramos Pereira SilvaDireito Municipal Cabo-Verdiano
24,90€22,41€A publicação do presente livro é o culminar de anos de investigação, estudo e docência sobre o sistema de princípios e regras que regula o município cabo-verdiano, uma instituição do século XV, que faz parte da nossa identidade cultural. Em 2021, voltei a esta matéria, com redobrado entusiasmo, na formação que ministrei aos eleitos dos 22 municípios do país, e convenci-me de que era hora de colocar à disposição do público o resultado doLer mais
A publicação do presente livro é o culminar de anos de investigação, estudo e docência sobre o sistema de princípios e regras que regula o município cabo-verdiano, uma instituição do século XV, que faz parte da nossa identidade cultural. Em 2021, voltei a esta matéria, com redobrado entusiasmo, na formação que ministrei aos eleitos dos 22 municípios do país, e convenci-me de que era hora de colocar à disposição do público o resultado do trabalho efectuado, com a consciência da imperfeição da obra humana.
Esta obra ressalta os traços identitários dos municípios, lança um olhar sobre a França, Espanha e Itália, regista a evolução histórica da independência à actualidade, e aponta os princípios e regras constitucionais aplicáveis aos municípios. Não fica por aqui: disserta sobre as normas eleitorais, analisa o governo municipal e o estatuto dos eleitos municipais, sem esquecer as complexas relações entre o Estado e os Municípios.Ler menos -
Rui Figueiredo SoaresExceção de Não Cumprimento e Direito de Retenção no Contrato de Empreitada
25,00€22,50€A exceção de não cumprimento e o direito de retenção constituem causas legítimas de recusa de cumprimento de uma prestação devida, quando o credor da respetiva prestação não cumpre, por sua vez, a obrigação a que está adstrito, tutelando, por isso, o devedor que seja credor do seu credor. Por exemplo, o empreiteiro realiza uma obra, nos termos de contrato celebra do com uma empresa. Concluída a obra, a empresa recusa-se a pagar o preço comLer mais
A exceção de não cumprimento e o direito de retenção constituem causas legítimas de recusa de cumprimento de uma prestação devida, quando o credor da respetiva prestação não cumpre, por sua vez, a obrigação a que está adstrito, tutelando, por isso, o devedor que seja credor do seu credor. Por exemplo, o empreiteiro realiza uma obra, nos termos de contrato celebra do com uma empresa. Concluída a obra, a empresa recusa-se a pagar o preço com binado, alegando defeitos de construção, mas exige a entrega da mesma. Pode o empreiteiro recusar a entrega da obra, na data estipulada, sem incorrer em mora e ter de responder por eventuais danos decorrentes do facto? Para tal, pode invocar a exceção de não cumprimento ou o direito de retenção? Ou pode invocar qualquer dos dois institutos, conforme lhe aprouver?
Imaginemos, por outro lado, que o empreiteiro se vinculou a entregar a obra por fases, devendo o dono pagar o preço em parcelas correspondentes a cada uma das fases. Não tendo o empreiteiro conseguido entregar a parte relativa a uma das fases, pode o dono da obra recusar-se a pagar o preço equivalente a essa fase? Para tal, pode invocar a exceção de não cumprimento do contrato, ou pode, também, invocar um direito (obrigacional) de retenção, como defendem certos autores?
A tese de doutoramento que ora se publica procura responder a questões deste tipo, tendo presente que a doutrina e a jurisprudência nem sempre distinguem claramente a exceção de não cumprimento e o direito de retenção, pelo que se revela de interesse analisar a sua aplicação no âmbito da empreitada, contrato sinalagmático do qual resultam, para as partes, as obrigações principais de realizar a obra e de pagar o preço.Ler menos
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José Tomaz Wahnon C. VeigaA Democracia Nacional Revolucionária
21,00€18,90€O meu propósito ao escrever estas linhas é muito limitado e está focalizado na demonstração de que o regime de partido único instituído pelo PAIGC/CV em Cabo Verde nos anos 1975-1990, foi um regime totalitário, em que um grupo de pessoas se arrogou o direito ao monopólio da actividade política no país, excluindo todos os outros, e que desta opção política fundamental resultou um regime de «liberdade mortificada», em que a ideologia doLer mais
O meu propósito ao escrever estas linhas é muito limitado e está focalizado na demonstração de que o regime de partido único instituído pelo PAIGC/CV em Cabo Verde nos anos 1975-1990, foi um regime totalitário, em que um grupo de pessoas se arrogou o direito ao monopólio da actividade política no país, excluindo todos os outros, e que desta opção política fundamental resultou um regime de «liberdade mortificada», em que a ideologia do PAIGC/CV foi metamorfoseada em verdade absoluta e elevada à categoria de ideologia oficial do Estado, imposta à sociedade cabo-verdiana através de uma comunicação social estatizada e transformada na voz do dono, pela via do sistema educativo e de outros meios mais subtis.
Um regime em que não havia liberdade de expressão, nem liberdade de manifestação, nem tão pouco direito à greve; um regime que estatizou a economia e relegou o sector privado para uma margem estreita da actividade económica, não por qualquer necessidade real mas por opção ideológica; um regime que usou a tortura em momentos críticos reveladores da sua natureza repressiva, e que identificava conspiração em qualquer manifestação de dissensão ou contestação; um regime de impunidade e de poder discricionário, em que as instituições pretensamente representativas mais não eram do que simples encenações para mascarar a sua natureza ditatorial.
Em suma, foi um regime em que todo o poder estava concentrado nas mãos dos principais dirigentes do partido único, que procurou, nalguns casos com grande sucesso, noutros com menos, penetrar e dominar todas as esferas da vida social, ou seja, um regime totalitário, à medida do país.O traço mais saliente do regime da «Democracia» Nacional Revolucionária, é a autoproclamação e o exercício do poder pelo PAIGC/CV, como força dirigente da sociedade e do Estado. Praticamente toda a sua acção nas esferas política, social, económica e cultural, decorre deste pressuposto básico, central, definidor da visão política do PAIGC/CV. A partir do momento em que um partido se autoproclama «Força Dirigente da sociedade e do Estado» (note-se: da sociedade e do Estado!) não pode partilhar o poder, não aceita ser questionado, não permite a palavra aos que dele discordam, não admite que os que se lhe opõem se organizem em partidos ou em qualquer organização de natureza política, usa todos os meios coercivos para impedir a expressão da dissidência e a contestação, controla ou tenta controlar todas as facetas da vida social.Ler menos
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Arlindo MendesPrática de Rasta Nguka em Santiago Rural
15,80€14,22€Um rapaz falinha, isto é, possuidor de uma voz demasiado fina, aguda, pouco intensa e com o fraco poder de convencimento das meninas ou duvidosa capacidade de persuasão aos adversários levantava algumas suspeitas relativamente à autoridade da sua masculinidade. Também não seria lá muito estimado pelos colegas e nem tão-pouco bem visto pelas raparigas da redondeza. Por isso, os rapazes procuravam recorrer a todas as terapias tradicionais recomendadasLer mais
Um rapaz falinha, isto é, possuidor de uma voz demasiado fina, aguda, pouco intensa e com o fraco poder de convencimento das meninas ou duvidosa capacidade de persuasão aos adversários levantava algumas suspeitas relativamente à autoridade da sua masculinidade. Também não seria lá muito estimado pelos colegas e nem tão-pouco bem visto pelas raparigas da redondeza. Por isso, os rapazes procuravam recorrer a todas as terapias tradicionais recomendadas e todas as sugestões, sorrateiramente propostas pelos colegas mais experientes, para tentar suprir essa eventual lacuna que os impossibilitava de se sentirem à vontade em presença das raparigas cobiçadas. Daí, no despontar da convulsiva fase da puberdade, certos rapazes, com a ânsia de atingir a maturidade o mais depressa possível, a fim de poderem beneficiar do estatuto de adulto, para poderem granjear a estima das moças e o respeito público, buscavam envolver-se sexualmente com as burras, não só com o intuito deliberado de suprir a gritante penúria de mulheres que se fazia sentir, mas também para poderem adensar a fala e engrossar o falo.
A sua missão-mor limitava-se a preservar a sua imagem e proteger a sua pureza, custasse o que custasse, contra os eventuais fulanos brejeiros, mal-intencionados, persistentes, sagazes e, de certa forma, pertinazes que faziam de tudo o que fosse possível para saber se uma rapariga era “macho ou fêmea.”Ler menos
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Tchalê FigueiraTxon Vendido
12,00€10,80€«Txon Vendido» retoma a epopeia trágica das ilhas iniciada com «Solitário», que narra o êxodo da população, em fuga à sepultura das areias do deserto.
Em jeito de thriller político, o autor desvenda os contornos de uma intrincada corrupção que envolve líderes políticos do país das ilhas e da União Europeia. Com a bênção dos EUA, querem transformar o cemitério de areias num depósito nuclear internacional. Mas, a bela Kyoko faz desmoronarLer mais«Txon Vendido» retoma a epopeia trágica das ilhas iniciada com «Solitário», que narra o êxodo da população, em fuga à sepultura das areias do deserto.
Em jeito de thriller político, o autor desvenda os contornos de uma intrincada corrupção que envolve líderes políticos do país das ilhas e da União Europeia. Com a bênção dos EUA, querem transformar o cemitério de areias num depósito nuclear internacional. Mas, a bela Kyoko faz desmoronar a trama.
Demasiado confiantes, os políticos não previram que alguns se deixassem ficar nas ilhas, se organizassem em guerrilha, e dominassem o exército que os procura dizimar.
Um acaso do destino, e um capricho da natureza, acabam por transformar as ilhas naquilo que levaram longínquos navegadores, nelas arribados, a baptizá-las de verdes.Ler menos -
António Gualberto do RosárioA Cor do Papel Verde
14,00€12,60€“O meu tempo expirou. Ninguém me vai prender e não vou ser entregue aos americanos. O teu tio é um homem digno, guiado pela generosidade. Os americanos são indignos e incuravelmente egoístas. Não me vão transformar num gangster. Gangsters são eles. Que usam o Estado para oprimir, para espoliar, para fazer sofrer. São gangsters organizados, protegidos pelo Estado. São gangsters que têm por detrás uma máquina de guerra de poder demoníaco. SãoLer mais
“O meu tempo expirou. Ninguém me vai prender e não vou ser entregue aos americanos. O teu tio é um homem digno, guiado pela generosidade. Os americanos são indignos e incuravelmente egoístas. Não me vão transformar num gangster. Gangsters são eles. Que usam o Estado para oprimir, para espoliar, para fazer sofrer. São gangsters organizados, protegidos pelo Estado. São gangsters que têm por detrás uma máquina de guerra de poder demoníaco. São gangsters que criaram leis próprias e leis internacionais, com um único propósito: pilhar o mundo. Aquela águia na bandeira deles é uma ave de rapina. Uma ave de mortíferas garras. O teu tio não é um gangster nem um traficante. Eu sou o último tangomau, meu sobrinho. O último tangomau! Nem gangster, nem traficante!”Ler menos
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Pierre-Joseph LaurentFamílias, Migrações e Sexualidade em Cabo Verde
26,00€23,40€Porque é que uma família tão flutuante, para não dizer passageira, ou mesmo ilusória, como a família cabo-verdiana poderia ser considerada como sendo particularmente bem adaptada às condições deste início de século? Muito antes do aparecimento da Internet, desde quase cento e cinquenta anos, confrontada com a migração, esta sociedade insular soube domesticara distância que separa de forma duradoura os membros de uma família. Animados por umaLer mais
Porque é que uma família tão flutuante, para não dizer passageira, ou mesmo ilusória, como a família cabo-verdiana poderia ser considerada como sendo particularmente bem adaptada às condições deste início de século? Muito antes do aparecimento da Internet, desde quase cento e cinquenta anos, confrontada com a migração, esta sociedade insular soube domesticara distância que separa de forma duradoura os membros de uma família. Animados por uma energia contagiosa, eles inventam pouco a pouco a «família a distância». Que família estranha, na qual o casamento parece ter desaparecido, onde as mulheres criam os seus filhos sozinhas, onde os casais vivem muito tempo separados e onde as crianças são confiadas a cuidadoras! Contudo, uma questão importante liga os membros dessas famílias: a transmissão do «capital migratório», considerado como um bem precioso. Salvo raras exceções, como durante as férias, os casamentos e os funerais, os membros dispersos da «família a distância» reencontram-se. Vividos com muita intensidade, esses momentos efémeros suscitam as interações. A família corporiza-se de novo: ela reajusta-se e transmite histórias. As selfies encarregam-se depois de prolongar a memória. Treze anos, e vinte e sete viagens a Cabo Verde e à região de Boston, nos Estados Unidos, onde vivem duzentos e sessenta mil Americanos cabo-verdianos, foram necessários para reconstituir a história dessas «famílias a distância» ao longo de várias gerações. Amor e pragmatismo é o resultado de uma experiência humana adquirida de uma vida partilhada com essas famílias. Através de relatos pormenorizados, com sustentação e por vezes emocionantes, o autor convida o leitor a compreender os fundamentos da sociedade cabo-verdiana e mais além, leva-o a conhecer formas contemporâneas de viver a família. Em filigrana, e dialogando com o antropólogo do parentesco, a obra interroga-se de novo sobre o enigma que é a família matrifocal. A sociedade cabo-verdiana é deste modo descrita como o resultado de uma história que instituiu uma sociedade de «alianças confinadas e de visitas».Ler menos
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Vera DuarteContos Crepusculares
11,50€10,35€«Os últimos anos têm sido brutais em ocorrências de feminicídio, pedofilia, misoginia e outros. Escrevo para resistir, denunciar, subverter e sobretudo ajudar a mudar! Confesso que alguns destes contos foram escritos num ápice de revolta e mágoa, desejando ardentemente que os culpados sejam punidos. Bem no estilo de “Crime & Castigo”, mas sempre com um toque do realismo mágico que me fascina. Otaviano Proença transformou-se realmente em cãoLer mais
«Os últimos anos têm sido brutais em ocorrências de feminicídio, pedofilia, misoginia e outros. Escrevo para resistir, denunciar, subverter e sobretudo ajudar a mudar! Confesso que alguns destes contos foram escritos num ápice de revolta e mágoa, desejando ardentemente que os culpados sejam punidos. Bem no estilo de “Crime & Castigo”, mas sempre com um toque do realismo mágico que me fascina. Otaviano Proença transformou-se realmente em cão furioso? Ou a metamorfose só aconteceu na sua mente doentia? Ou foi no sonho de Arlete Oliveira? Nem eu mesma sei…»
Vera DuarteLer menos
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Manuel Brito-SemedoA Advocacia em Cabo Verde
14,00€12,60€Por ocasião da comemoração do XX aniversário da Ordem dos Advogados de Cabo Verde, uma homenagem aos Advogados e à Ordem que, ao longo dos tempos, deram o seu contributo para a afirmação da Justiça e do Estado de Direito Democrático.
Esta obra histórica parece-nos importante porque possibilita a todos conhecer um pouco do percurso da advocacia no país, tanto a advogados como a não juristas que se interessem pela história, e permitirá queLer mais
Por ocasião da comemoração do XX aniversário da Ordem dos Advogados de Cabo Verde, uma homenagem aos Advogados e à Ordem que, ao longo dos tempos, deram o seu contributo para a afirmação da Justiça e do Estado de Direito Democrático.
Esta obra histórica parece-nos importante porque possibilita a todos conhecer um pouco do percurso da advocacia no país, tanto a advogados como a não juristas que se interessem pela história, e permitirá que qualquer historiador encontre bases para novos trabalhos.Ler menos
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David Hopffer AlmadaA Construção do Estado e a Democratização do Poder em Cabo Verde
15,80€14,22€Nesta época em que tudo parece instantâneo e os acontecimentos tendem a perder-se na voragem de um tempo acelerado, é imprescindível que aqueles que, de alguma forma, acompanharam a marcha dos povos deixem o seu testemunho comprometido, fixando os factos que hão-de inscrever-se no relato da História. David Hopffer Almada, que tem vindo a fazê-lo sob a forma de ensaio e de poesia, volta agora com «A Construção do Estado e a Democratização do PoderLer mais
Nesta época em que tudo parece instantâneo e os acontecimentos tendem a perder-se na voragem de um tempo acelerado, é imprescindível que aqueles que, de alguma forma, acompanharam a marcha dos povos deixem o seu testemunho comprometido, fixando os factos que hão-de inscrever-se no relato da História. David Hopffer Almada, que tem vindo a fazê-lo sob a forma de ensaio e de poesia, volta agora com «A Construção do Estado e a Democratização do Poder em Cabo Verde». E aí, a partir da sua experiência cívica e política, rica e multifacetada, conduz o leitor, num testemunho marcado por observação e por convicções, ao reencontro com temas tão fundamentais como os da independência, do nascimento dos vários movimentos internos após Abril de 1974, da querela em torno do PAIGC, enfim, do combate político, sua ideologia, seus valores e suas contradições.
Sempre a partir de uma visão própria, fala-nos da produção legislativa em democracia e já em tempo de independência, e aborda todo o período relativo à institucionalização e consolidação do Estado. Do “partido único” ao pluralismo democrático, passando pela abertura económica, até à democratização do poder, numa linguagem direta e simples, Hopffer Almada desenha uma narrativa para a História, nela deixando vincada a sua impressão digital como homem, como cidadão, como político, não se escondendo perante os grandes desafios do seu tempo e do povo a que pertence.Dr. Laborinho Lúcio
Juiz Conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça Jubilado
Ex-Ministro da Justiça de PortugalLer menos -
A. FerreiraMulheres de Pano Preto
16,50€14,85€Quando, pela primeira vez, me chegou às mãos este livro, na sua primeira edição, o título sugeriu-me logo uma densa atmosfera de luto a ensombrar a sociedade guineense. Desfilaram rostos difusos de mulheres em pranto pela morte de maridos, pais, irmãos, parentes, vítimas da repressão exercida pelos algozes do novo poder político instituído.
E depressa confirmei que se trata de uma obra de ficção focalizada nas circunstâncias que marcaram a vidaLer mais
Quando, pela primeira vez, me chegou às mãos este livro, na sua primeira edição, o título sugeriu-me logo uma densa atmosfera de luto a ensombrar a sociedade guineense. Desfilaram rostos difusos de mulheres em pranto pela morte de maridos, pais, irmãos, parentes, vítimas da repressão exercida pelos algozes do novo poder político instituído.
E depressa confirmei que se trata de uma obra de ficção focalizada nas circunstâncias que marcaram a vida do povo guineense na fase de transição para a sua independência política e na consolidação do respectivo processo institucional. Mas se o livro é isto, muito mais é do que um processo de efabulação recriando quadros de vidas desfeitas na encruzilhada do destino. É uma ficção que busca o lugar da história e, por isso, a diegese não se cinge a um tempo e a um espaço circunscrito, transpõe-se para onde é suposto estar a origem, a causa e o fundamento.
O autor constrói um pequeno universo social e, no seu seio e à sua volta, desenvolve, com arte e mestria, uma ficção que é polissémica nos seus envolventes e nas suas derivas. Assim, através de uma história bem engendrada de vidas ficcionadas, somos conduzidos às veredas e aos meandros da historiografia dos factos que antecederam a independência da Guiné-Bissau e marcaram os primeiros anos do assentamento do novo Estado, com os seus momentos auspiciosos e exaltantes, mas também nebulosos e inquietantes.Ler menos